Dois Arqueiros e Três Livros
Talvez porque o Gato de Biblioteca cresceu a ler livros e ver filmes e séries de aventuras protagonizados por audazes arqueiros (A Flecha Negra, de Robert Louis Stevenson e a sua adaptação televisiva, Robin Hood com Errol Flynn), é que, desde a sua mais tenra idade, tem um fascínio por arcos e flechas.
Assim, não será de espantar que dois dos seus super-heróis favoritos sejam o Arqueiro Verde (Green Arrow) e o Gavião Arqueiro (Hawkeye), da DC e Marvel, respectivamente.
Green Arrow (criado por Mort Weisinger e George Papp em 1941) começõu por ser uma cópia de Batman. No final dos anos 60 recebeu modificações drásticas de visual e personalidade, cortesia de Denny O'Neil e Neal Adams, tornando-o numa personagem mais próxima do leitor, com imperfeições e problemas familiares (o seu parceiro Speedy, a certa altura, torna-se dependente de drogas, por exemplo). Manteve-se assim até 2011, ano em que a DC Comics resolve fazer um reboot de todos os seus títulos e recontar a origem da maioria dos seus heróis, Green Arrow incluído.
Apesar de não ter tanta visibilidade como o seu contraponto da DC Comics, Hawkeye, criado em 1964 por Stan Lee e Don Heck, tem mantido uma presença regular na BD, desde a sua origem como vilão relutante, passando a membro permanente dos Vingadores (Avengers) e tornando-se, mais tarde, um dos líderes dos Vingadores da Costa Oeste (West Coast Avengers).
O primeiro livro escolhido intitula-se Os Caçadores (no original The Longbow Hunters) e é da autoria de Mike Grell.
Inicialmente publicada em 1987, trata-se de uma história destinada a um público mais maduro, num tom mais realista que as habituais aventuras de super-heróis, remetendo para o policial negro. Green Arrow usa flechas normais, que fazem sangrar os inimigos, e combate criminosos normais em vez de super-vilões. Deixou o uniforme tradicional com chapéu à Robin Hood, e, pela primeira vez, usa um capuz. A sua antagonista é Shado, uma misteriosa arqueira japonesa treinada pela Yakuza, cuja missão é vingar a morte da sua família.
Se a narrativa é inovadora, o desenho também se afasta do tradicional, com a colorização (da autoria de Julia Laquement) feita, não só sobre a tinta da china como, em alguns casos, directamente a partir dos desenhos a lápis.
Os Caçadores foi publicado em Portugal pela Panini Comics em 2013, no número 12 da colecção Super-Heróis DC Comics.
O segundo livro é outra aventura de Green Arrow, desta feita um recontar da sua origem por Andy Diggle e Jock, intitulada Arqueiro Verde Ano Um (Green Arrow Year One no original) e publicada em 2007.
Contrariamente ao habitual, os autores desta história não são americanos mas sim britânicos, tendo ambos trabalhado inicialmente na famosa revista 2000 AD (aquela do Judge Dredd)e depois para a Vertigo, onde criaram a séria Losers. Jock (cujo verdadeiro nome é Mark Simpson), para além de de desenhador trabalhou também na concepção visual de filmes, entre os quais Dredd e Ex Machina.
Aqui, Oliver Queen é um jovem milionário alcoólico, sem preocupações na vida, que é traído pelo seu homem de confiança e deixado á morte numa ilha aparentemente deserta deserta mas que alberga segredos terríveis que o levarão a crescer e a tornar-se no herói que todos conhecemos. Quem segue a série televisiva Arrow poderá ver como esta aventura a influenciou.
Os jogos de sombras e a utilização criteriosa das cores (roxo para a noite, amarelo para as cenas diurnas sob o sol abrasador e verde para as cenas no interior da selva) criam um dinamismo ímpar onde, por vezes, as imagens parecem querer saltar do papel.
Arqueiro Verde Ano Um foi publicado em Portugal pela Levoir em parceria com o Público e é o número 5 da colecção Super-Heróis DC.
Finalmente e, para uma mudança de herói, Quem Pelo Arco Vive, álbum que reúne três aventuras de Hawkeye (My Life As a Weapon, The Tape e Six Days in the Life of Hawkeye) publicadas em 2012, todas da autoria de Matt Fraction (argumento), tendo a primeira a a última arte de David Aja e a segunda de Javier Pulido.
A originalidade destas aventuras encontra-se no facto de o protagonista não ser Hawkeye propriamente dito mas sim o seu alter-ego, Clint Barton. Aqui quase não há heróis uniformizados nem super-vilões. A trama gira principalmente em torno dos pequenos e grandes problemas do dia-a-dia, quando não se encontra com os Vingadores a salvar o mundo, passando por proteger o prédio onde vive da Mafia Russa e por uma missão de espionagem para a S.H.I.E.L.D.
O desenho, de características minimalistas, remete para o traço de David Mazzucchelli em Batman Ano Um. Uma perseguição automóvel desenfreada parece uma mistura da cena da auto-estrada em Matrix Reloaded e da fuga dos Minis em The Italian Job (o original com Michael Caine). A presença fugaz de Spiderman, de Wolverine e de Tony Stark (vulgo Iron Man) que aparecem, não como heróis mas como amigos do protagonista, enfatiza o lado humano dos super-heróis.
É de referir que, neste livro, existe uma outra história mas, a sua qualidade é tão inferior às restantes, devido à vulgaridade do argumento e do desenho, que o Gato nem se vai dar ao trabalho de a mencionar.
Quem Pelo Arco Vive foi publicado em Portugal pela Levoir em parceria com o Público, em 2015, sendo o número 13 da colecção Poderosos Heróis Marvel.
Assim, não será de espantar que dois dos seus super-heróis favoritos sejam o Arqueiro Verde (Green Arrow) e o Gavião Arqueiro (Hawkeye), da DC e Marvel, respectivamente.
Green Arrow (criado por Mort Weisinger e George Papp em 1941) começõu por ser uma cópia de Batman. No final dos anos 60 recebeu modificações drásticas de visual e personalidade, cortesia de Denny O'Neil e Neal Adams, tornando-o numa personagem mais próxima do leitor, com imperfeições e problemas familiares (o seu parceiro Speedy, a certa altura, torna-se dependente de drogas, por exemplo). Manteve-se assim até 2011, ano em que a DC Comics resolve fazer um reboot de todos os seus títulos e recontar a origem da maioria dos seus heróis, Green Arrow incluído.
Apesar de não ter tanta visibilidade como o seu contraponto da DC Comics, Hawkeye, criado em 1964 por Stan Lee e Don Heck, tem mantido uma presença regular na BD, desde a sua origem como vilão relutante, passando a membro permanente dos Vingadores (Avengers) e tornando-se, mais tarde, um dos líderes dos Vingadores da Costa Oeste (West Coast Avengers).
O primeiro livro escolhido intitula-se Os Caçadores (no original The Longbow Hunters) e é da autoria de Mike Grell.
Inicialmente publicada em 1987, trata-se de uma história destinada a um público mais maduro, num tom mais realista que as habituais aventuras de super-heróis, remetendo para o policial negro. Green Arrow usa flechas normais, que fazem sangrar os inimigos, e combate criminosos normais em vez de super-vilões. Deixou o uniforme tradicional com chapéu à Robin Hood, e, pela primeira vez, usa um capuz. A sua antagonista é Shado, uma misteriosa arqueira japonesa treinada pela Yakuza, cuja missão é vingar a morte da sua família.
Se a narrativa é inovadora, o desenho também se afasta do tradicional, com a colorização (da autoria de Julia Laquement) feita, não só sobre a tinta da china como, em alguns casos, directamente a partir dos desenhos a lápis.
O segundo livro é outra aventura de Green Arrow, desta feita um recontar da sua origem por Andy Diggle e Jock, intitulada Arqueiro Verde Ano Um (Green Arrow Year One no original) e publicada em 2007.
Contrariamente ao habitual, os autores desta história não são americanos mas sim britânicos, tendo ambos trabalhado inicialmente na famosa revista 2000 AD (aquela do Judge Dredd)e depois para a Vertigo, onde criaram a séria Losers. Jock (cujo verdadeiro nome é Mark Simpson), para além de de desenhador trabalhou também na concepção visual de filmes, entre os quais Dredd e Ex Machina.
Aqui, Oliver Queen é um jovem milionário alcoólico, sem preocupações na vida, que é traído pelo seu homem de confiança e deixado á morte numa ilha aparentemente deserta deserta mas que alberga segredos terríveis que o levarão a crescer e a tornar-se no herói que todos conhecemos. Quem segue a série televisiva Arrow poderá ver como esta aventura a influenciou.
Os jogos de sombras e a utilização criteriosa das cores (roxo para a noite, amarelo para as cenas diurnas sob o sol abrasador e verde para as cenas no interior da selva) criam um dinamismo ímpar onde, por vezes, as imagens parecem querer saltar do papel.
Arqueiro Verde Ano Um foi publicado em Portugal pela Levoir em parceria com o Público e é o número 5 da colecção Super-Heróis DC.
Finalmente e, para uma mudança de herói, Quem Pelo Arco Vive, álbum que reúne três aventuras de Hawkeye (My Life As a Weapon, The Tape e Six Days in the Life of Hawkeye) publicadas em 2012, todas da autoria de Matt Fraction (argumento), tendo a primeira a a última arte de David Aja e a segunda de Javier Pulido.
A originalidade destas aventuras encontra-se no facto de o protagonista não ser Hawkeye propriamente dito mas sim o seu alter-ego, Clint Barton. Aqui quase não há heróis uniformizados nem super-vilões. A trama gira principalmente em torno dos pequenos e grandes problemas do dia-a-dia, quando não se encontra com os Vingadores a salvar o mundo, passando por proteger o prédio onde vive da Mafia Russa e por uma missão de espionagem para a S.H.I.E.L.D.
O desenho, de características minimalistas, remete para o traço de David Mazzucchelli em Batman Ano Um. Uma perseguição automóvel desenfreada parece uma mistura da cena da auto-estrada em Matrix Reloaded e da fuga dos Minis em The Italian Job (o original com Michael Caine). A presença fugaz de Spiderman, de Wolverine e de Tony Stark (vulgo Iron Man) que aparecem, não como heróis mas como amigos do protagonista, enfatiza o lado humano dos super-heróis.
É de referir que, neste livro, existe uma outra história mas, a sua qualidade é tão inferior às restantes, devido à vulgaridade do argumento e do desenho, que o Gato nem se vai dar ao trabalho de a mencionar.
Quem Pelo Arco Vive foi publicado em Portugal pela Levoir em parceria com o Público, em 2015, sendo o número 13 da colecção Poderosos Heróis Marvel.
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