Paulo (de) Cantos
Diz q'a pensar morreu um burro. Ora, um irmão dele estava preso p'forte arreata d'2m,5, a 4m,5 d'distância da mangedoura, e a 5m,5 dum molho d'erva. ¿Como resolveu o seu momentoso problema de fome?
Foi com este enigma que o Gato de Biblioteca, na altura um aluno da primária, se iniciou no mundo fantástico de Paulo de Cantos (ou Paulo Cantos como, por vezes, também assinava). O livro de onde foi tirado intitula-se Matemática Alegre e tinha sido oferecido, pelo autor, à mãe do Gato quando esta era jovem. Já agora, a resposta encontra-se no final deste texto mas, caro leitor, tente encontrá-la por si.
Quem foi Paulo (de) Cantos? Bom, nasceu em Lisboa no ano de 1892 e morreu em 1979. Estudou em Coimbra, foi professor no liceu Pedro Nunes (Lisboa), reitor do liceu Eça de Queirós (Póvoa do Varzim), editor, escritor, inventor, gráfico, filantropo e filólogo. Fez cursos de química, belas-artes e vitivinicultura e criou uma língua. Como se não bastasse, fundou, em Lisboa, o Centro de Profilaxia da Velhice e o alfarrabista Bibliarte.
E o que o torna tão especial? A variedade dos temas abordados nos seus livros, que vão da anatomia à astronomia, passando pelo boxe, pela geografia pelo humor, pelo folclore e não só. O grafismo estilizado das suas obras, em que as letras formam palavras mas também imagens. A linguagem utilizada, carregada de mnemónicas facilitadoras da aprendizagem.
Excêntrico? Provavelmente (pelo menos é o que a mãe do Gato diz). Louco? Quem sabe. Génio? Concerteza!
Infelizmente, os livros deste autor só poderão ser encontrados em alfarrabistas, pois, como frequentemente acontece, nunca foram reeditados. Recentemente foi publicada uma obra de homenagem a Paulo (de) Cantos intitulada O livr-o-mem – Paulo d’ Cantos n’ Palma d’ Mão, de António Silveira Gomes e Cláudia Castelo (Barbara says, 2013).
O Gato, infelizmente, possui apenas algumas obras deste autor, já velhinhas e algo danificadas mas que guarda com carinho. São elas:
Matemática Alegre (1933), em que charadas e enigmas como o do início deste texto, se misturam com o ensino da matemática e a resolução de problemas.
O Homem Máquina (1936?), um livro em duas partes (estilo tête-bêche, ou seja, para lermos a segunda parte viramos o livro ao contrário), sendo a primeira dedicada à anatomia humana e a segunda à teoria da evolução.
Portugal (1938), Atlas de Portugal e das províncias ultramarinas que, para além da geografia, inclui ditos populares e músicas tradicionais das várias regiões.
As 7 Partidas do Mundo (1938), Atlas Mundial com história e geografia dos principais países.
Astrarium (vol. 1 1940; vol. 2 1942), Obra em dois volumes, cada um dividido em 9 partes,correspondentes a 9 dias de uma viagem às estrelas, sendo o segundo volume um guião de teatro radiofónico concebido para ser lido em simultâneo com o primeiro.
Para finalizar, o Gato aconselha a leitura da excelente tese de doutoramento de António Manuel Sucena Silveira Gomes, Ver e Ler - Paulo Cantos um Projeto Bio-bibliográfico, que se encontra disponível aqui.
Ah! e a solução do enigma é, nas palavras do autor: Desistes? Só agora? O burrinho foi mais esperto, desistiu logo!...
Foi com este enigma que o Gato de Biblioteca, na altura um aluno da primária, se iniciou no mundo fantástico de Paulo de Cantos (ou Paulo Cantos como, por vezes, também assinava). O livro de onde foi tirado intitula-se Matemática Alegre e tinha sido oferecido, pelo autor, à mãe do Gato quando esta era jovem. Já agora, a resposta encontra-se no final deste texto mas, caro leitor, tente encontrá-la por si.
Quem foi Paulo (de) Cantos? Bom, nasceu em Lisboa no ano de 1892 e morreu em 1979. Estudou em Coimbra, foi professor no liceu Pedro Nunes (Lisboa), reitor do liceu Eça de Queirós (Póvoa do Varzim), editor, escritor, inventor, gráfico, filantropo e filólogo. Fez cursos de química, belas-artes e vitivinicultura e criou uma língua. Como se não bastasse, fundou, em Lisboa, o Centro de Profilaxia da Velhice e o alfarrabista Bibliarte.
E o que o torna tão especial? A variedade dos temas abordados nos seus livros, que vão da anatomia à astronomia, passando pelo boxe, pela geografia pelo humor, pelo folclore e não só. O grafismo estilizado das suas obras, em que as letras formam palavras mas também imagens. A linguagem utilizada, carregada de mnemónicas facilitadoras da aprendizagem.
Excêntrico? Provavelmente (pelo menos é o que a mãe do Gato diz). Louco? Quem sabe. Génio? Concerteza!
Infelizmente, os livros deste autor só poderão ser encontrados em alfarrabistas, pois, como frequentemente acontece, nunca foram reeditados. Recentemente foi publicada uma obra de homenagem a Paulo (de) Cantos intitulada O livr-o-mem – Paulo d’ Cantos n’ Palma d’ Mão, de António Silveira Gomes e Cláudia Castelo (Barbara says, 2013).
O Gato, infelizmente, possui apenas algumas obras deste autor, já velhinhas e algo danificadas mas que guarda com carinho. São elas:
Matemática Alegre (1933), em que charadas e enigmas como o do início deste texto, se misturam com o ensino da matemática e a resolução de problemas.
O Homem Máquina (1936?), um livro em duas partes (estilo tête-bêche, ou seja, para lermos a segunda parte viramos o livro ao contrário), sendo a primeira dedicada à anatomia humana e a segunda à teoria da evolução.
Portugal (1938), Atlas de Portugal e das províncias ultramarinas que, para além da geografia, inclui ditos populares e músicas tradicionais das várias regiões.
As 7 Partidas do Mundo (1938), Atlas Mundial com história e geografia dos principais países.
Astrarium (vol. 1 1940; vol. 2 1942), Obra em dois volumes, cada um dividido em 9 partes,correspondentes a 9 dias de uma viagem às estrelas, sendo o segundo volume um guião de teatro radiofónico concebido para ser lido em simultâneo com o primeiro.
Para finalizar, o Gato aconselha a leitura da excelente tese de doutoramento de António Manuel Sucena Silveira Gomes, Ver e Ler - Paulo Cantos um Projeto Bio-bibliográfico, que se encontra disponível aqui.
Ah! e a solução do enigma é, nas palavras do autor: Desistes? Só agora? O burrinho foi mais esperto, desistiu logo!...
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